21/08/2012

de amor e de literatura...

Começa hoje o Festival recifense de Literatura "A Letra e a Voz" e, por conta dele eu estava relembrando como me aproximei da literatura. Não tive com ela um amor à primeira vista, muito pelo contrário, nosso primeiro momento foi de repulsão até e, por causa dele, me mantive afastada das letras por muito tempo.
Eu era 8ª série e tinha uma professora de literatura que traumatizava todos os alunos. Ela tinha um método horrível que se resumia em escolher uma obra e fazer um questionário gigante (cerca de 100 questões) sobre a mesma, e questões eram do tipo 'no capítulo 3 a mocinha está numa festa e dança com quem?'. Não precisa ser professor (a) para saber que esse método afasta o aluno da leitura, né? Pois bem, minha experiência traumática foi com nada mais, nada menos, que 'Dom casmurro'. Isso mesmo! Dentre tantas obras literárias meu primeiro contato teve que ser com Machado, mas não qualquer obra, tinha que ser a mais complexa, a mais discutida, a mais literária de todas.
Pois então, lá fui eu ler a vida da moça dos olhos de ressaca. Não passei do 2º capítulo. Fechei o livro e proferi as piores palavras que já saíram da minha boca 'Odeio Machado de Assis! Esse homem é muito ruim e esse livro é um saco!'. Copiei o trabalho de uma colega de sala e nunca mais li nada na minha vida, nem obrigada, nem por vontade própria.
Passaram-se 4 anos sem eu ler nada. Sei que é absurdo, mas é verdade. Até que um dia meu pai começou a fazer a coleção das obras de Machado que saíam pelo Diário de Pernambuco. E um belo dia eu estava em casa, sem nada para fazer e toda a obra machadiana ali na minha frente. Peguei Helena para ler porque a minha paixão por mitologia grega me fez achar que tinha alguma relação com a causadora da guerra entre gregos e troianos. Li Helena todo em um dia e, ao final do livro, eu estava em prantos. Chorava copiosamente, uma porque o livro trata-se de uma história de amor impossível (e eu com amor já viu, né, lágrimas puras), outra porque eu estava emocionada em ver como alguem era capaz de escrever coisas tão lindas como aquelas.
Desse dia em diante eu li a coleção inteira de Machado e o último livro que peguei foi Dom Casmurro. Passei alguns dias olhando para ele sem saber se eu iria lê-lo ou não. Tinha medo de me decepcionar com o livro, de não gostar e achar mal escrito, o que seria impossível, afinal de contas eu gostei de todos e justo o mais famoso, o mais comentado eu não gostar era porque havia algo de errado e, com certeza, era comigo.
Pois bem, li Dom Casmurro e nem preciso dizer a vocês que chorei no final, não é? Chorei feito louca e por vários motivos. De raiva daquela maldita professora que me afastou da literatura; por ter perdido a oportunidade de conhecer a obra mais linda do mundo antes; por não entender como um ser humano é capaz de escrever uma coisa tão maravilhosa como aquela, mas, principalmente, chorei por descobrir que aquilo era o que eu queria fazer pro resto da minha vida. Era de literatura e, especificamente, para ela, que eu queria viver. Desde esse momento eu não consigo conceber um único dia na minha vida que não tenha a presença dela, seja em forma de ficção ou em forma de teoria. É para ela que eu levanto todos os dias, é para ela que eu estudo e é para ela que eu vivo.
Como disse um professor que tive 'Eu sou literatura e não sei ser outra coisa que não seja literatura'!

16/08/2012

de mim e dele...

'E o borbulhar de champanha num gole e guaraná...'


15/08/2012

de chico, sempre ele!

"A felicidade geral com que foi recebida essa 'banda tão simples, tão brasileira e tão antiga na sua tradição lírica', que um rapaz de pouco mais de vinte anos botou na rua, alvoroçando novos e velhos, dá bem a ideia de como andávamos precisando de amor".

(Drummond sobre "A Banda" de Chico Buarque)


(Ana Maria Clark Peres - Dossiê França-Brasil)

07/08/2012

de literatura e de amor...

"Na doce calma dos teus braços"

ABRAÇO. O gesto do abraço amoroso parece realizar por um momento, para o sujeito, o sonho de união total com o ser amado.


"Amar o amor"

ANULAÇÃO. Lufada de Linguagem durante a qual o sujeito chega a anular o objeto amado sob o volume do amor em si: por uma perversão propriamente amorosa, é o amor que o sujeito ama, não o objeto.



"O ciúme"

CIÚME. Sentimento que nasce no amor e que é produzido pelo medo de que a pessoa amada prefira um outro.


"Eu te amo"

EU-TE-AMO. A figura não se refere à declaração de amor, à confissão, mas ao repetido proferimento do grito de amor.


"Ternura"

TERNURA. Gozo, mas também avaliação inquietante dos gestos ternos do objeto amado, na medida em que o sujeito compreende que esse privilégio não é para ele.


'Fragmentos de um discurso amoroso' (BARTHES, Roland).
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