31/12/2012

do último 2012...

Faz tempo que não venho aqui na casinha, mas é que não tenho estado com muito ânimo para escrever sobre nada e, talvez seja um defeito ou uma qualidade, não sei fazer muita coisa forçada, só que hoje é o último dia de um ano que deveria ter acabado mesmo e não poderia fazer a passagem de ano sem antes vir aqui desejar todas as felicidades do mundo àqueles que fazem parte do meu convívio, seja no ombro a ombro, no teclado a teclado, ou no pensamento a pensamento.
Para mim 2012 foi um ano de peso, de batalha, de vencer muitos obstáculos, mas, como de costume, um ano de muito aprendizado também, afinal é para isso que servem as dificuldades que enfrentamos, não é? Dentro de poucas horas estaremos festejando a chegada de um ano novo, com sonhos novos e a esperança de que tudo melhorará e é com esse sentimento no peito que venho desejar a vocês um 2013 repleto de tudo que vocês quiserem, seja dinheiro, um amor, 10kg a menos, um emprego, etc. Para mim e para os meus eu desejo uma única coisa: SAÚDE porque, meus caros, de fato essa é a única coisa que importa.

Espero que 2013 faça jus a sua dezena final e seja um ano de sorte e felicidade para todos.


Cheiro de mato, alegria de carnaval e muito carinho meu.

27/11/2012

do mestrado...

Ontem fui fazer a prova para seleção do mestrado em Teoria da Literatura na UFPE. Fiz até uma prova boa, mas não o suficiente para passar, tenho essa plena convicção comigo. Talvez até tenha uma surpresa e passe, mas no fundo minha intuição e meu conhecimento sobre a área estão dizendo que fica para a próxima.
Mesmo achando que não vou passar estou muito feliz de ter feito a prova. Ano passado me inscrevi para a seleção, estudei feito louca e no dia da prova eu simplesmente esqueci e não fiz. Quando me dei conta faltavam 5 minutos para o início e eu estava do outro lado da cidade. Chorei de raiva de mim porque não acreditava como eu tinha conseguido essa façanha, como eu tinha esquecido a coisa que eu mais desejo para a minha vida? Esperei mais um ano e esse ano eu compareci, estava lá na hora certa, no dia certo e fazendo tudo o que eu podia naquele momento.
Realmente acho que não vou passar, mas estou muito feliz por ter estado lá e ter feito o meu melhor. Tenho aquele consolo de que o carnaval num estante chega, o mestrado também! :)

Com amor e com literatura, o que, para mim, é a mesma coisa!

21/11/2012

de infância e de estimação...

Da série 'cheirinho de infância'...

Um post no twitter e mil lembranças vêm à mente. Hoje vou contar um causo dessa minha vida de 27 anos vividos, mas com bagagem para dar e vender.
Meu pai, que na verdade é meu tio, irmão da minha mãe, e por quem eu fui criada, é veterinário e, não por isso, sempre tivemos felinos em casa, aliás gatos são um paixão na família Euzébio (minha família). Um dia painho resolveu mudar o animal e chegou em casa com uma coelha, que logo de cara foi amada por todos e recebeu o nome de Tieta. Tieta era linda, toda branquinha, com os olhinhos vermelhos, igual ao coelho da musiquinha da páscoa.
Ela era fofinha e amada, mas não sei se vocês sabem, queridos poucos leitores, que coelhos roem e fazem cocô (que parecem sementes de mamão) absurdamente. Painho ficou logo irritado quando viu seus sapatos todo roídos e disse que ia dar Tietinha. Nós choramos, mas não adiantou muito. Um belo dia de domingo estávamos almoçando todos reunidos em volta da mesa (momentos raros na nossa família), comendo o que achávamos ser galinha, quando painho informou que não tinha dado Tieta, ele tinha matado a coitada e o que pensávamos ser a galinha, era, na verdade, a nossa coelha de estimação. Ficamos todas chocadas e tristes, mas já tínhamos comido a coitada e a carne é bem mais macia que a de galinha.
Tieta foi a primeira e única coelha que entrou lá em casa e, de fato, foi uma experiência traumática. Desde esse episódio só gatos existiram em nossa casa, já que painho nunca teve coragem de tirar a vida deles.

Cheiro de infância e amor animal.
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20/11/2012

tô voltando...

Ando tão desligada dessa minha casa de cá. São tantas coisas ultimamente, sessões de quimio de mainha, falta só uma agora :), estudando para a prova do mestrado, de última hora, vale ressaltar, corrigindo a monografia do namorado, trabalhando e lendo a trilogia 50 tons de cinza.
Mas só passei para cortar a grama, tirar o pó e dizer aos vizinhos que ando distante, mas que ainda tô aqui. Essa casinha talvez seja o lugar do mundo onde mais me mostro como sou de verdade e onde mais meus sentimentos são expostos.

Saudades e pode preparar o feijão preto que eu tô voltando...

17/10/2012

da cidade submersa...

Ando um pouco ausente dessa minha casa virtual, mas é que estava viajando, conhecendo, caminhando, desbravando a cidade que para alguns é maravilhosa e que o Chico Buarque descreve como submersa.
Vou postar algumas fotinhas desse Rio de Janeiro lindo e do amor...

 Santa Teresa

 Arcos da Lapa

 Copacabana

 Arpoador

 Arpoador

 Arpoador

 Indo pra Paquetá

 Ipê amarelo em Paquetá

 Centro do Rio

 Escadaria da Lapa

 Pedra da Moreninha - Paquetá

 Conhecendo a ilha de quadriciclo

 Ipê amarelo

 Escadaria da Lapa

 Escadaria da Lapa

 Santa Teresa

 Arco do Telles

 Rua do Ouvidor

 Travessa do Comércio

 Rua do Ouvidor

 Centro do Rio

 Santa Teresa

 Assembleia Legislativa

 Biblioteca Nacional

 Jardim Botânico

 Jardim Botânico

 Parque Lage

 Lagoa

 Balsa a caminho de Paquetá

 Igreja Jesus dos Passos

 Centro do Rio

 Parque de Ruínas

 Parque de Ruínas

 Parque de Ruínas

 Parque de Ruínas

 Santa Teresa

 Parque de Ruínas

 Família

 Odeon

Quadriciclo de Paquetá

29/09/2012

de quando de tornei AMARela

A maioria das pessoas que me conhece pelas redes sociais me pergunta "por que 'Amarela'"? E nunca sei o que responder porque, na verdade, não sei em que momento da minha vida me tornei Amarela Cavalcanti. Então recorri a minha memória, que em alguns casos me é muito fiel, para ver se conseguia descobrir quando virei 'Yellow'. Lembro do meu namorado me chamar sempre de amarelinha, porque segundo ele eu tinha tal tonalidade na pele, mas na verdade acho que esse apelido veio por outro caminho.
Uma vez coloquei na cabeça que queria doar sangue, ajudar alguem e, quem sabe, me sentir uma pessoa melhor com isso, e decidi ir no HEMOPE. Assim que entrei na área da inscrição, um homem me olhou da cabeça aos pés com uma cara meio feia, na hora achei que ele estivesse me tachando de drogada e/ou prostituída, como uma neurologista tinha feito anteriormente (assunto para outro post, quem sabe). Entrei na sala de entrevistas e a mulher que me entrevistou perguntou se eu tinha tonturas ou desmaios. Fazia exatamente 1 mês que eu tinha desmaiado no ônibus a caminho de casa, por causa da labirintite que, até então, não tinha sido diagnosticada e eu estava fazendo exames para descobrir o que tinha causado o tal desmaio. Contei a moça que tinha tido um episódio há um mês e ela pediu que eu esperasse e saiu da sala, quando voltou veio com o tal homem que tinha me encarado de cima a baixo. Ele já foi entrando e dizendo 'Ah, é ela, é? Vi logo que não podia doar assim que entrou aqui. Muito amarelinha!', enquanto olhava minhas pupilas. Saí de lá toda triste por não poder doar. Pronto, foi suficiente para eu virar amarela.
Descobri depois que os desmaios eram causados por causa de uma labirintite braba que eu tinha. Logo em seguida comecei a namorar e meu namorado começou a me chamar de amarelinha e virei Amarela, o Cavalcanti é meu mesmo de batismo.

AMAR ela
AMAR é linha

12/09/2012

de infância e de cheiro...

Dia desses estava conversando com um amigo pelo twitter, amigo esse que nunca vi pessoalmente e que marcamos sempre uma cerveja (sem álcool para ele, com álcool para mim) que nunca sai da timeline, sobre hospícios/manicômios/hospitais psiquiátricos. Vocês não sabem, meus poucos leitores, mas tenho uma vasta experiência nesse quesito.
Vivi a minha vida toda com um tio, irmão de mainha, que era doente mental, vítima de uma febre reumática quando bebê que lhe causou sérios danos cerebrais. Como morávamos no centro da cidade e minha família trabalhava vendendo almoço, como foi relatado em post anterior aqui, deixávamos Nado (meu tio) internado num hospital psiquiátrico e a cada 15 dias ele vinha passar o final de semana em casa, nos outros finais que ele estava lá, nós íamos passar o domingo com ele.
Eu devia ter uns 7 para 8 anos, mas lembro perfeitamente do lugar, dos internos, do cheiro e de como eu me divertia lá. Tinha um jardim imenso na entrada e eu, criança, brincava horrores. Um dos internos, Sr. Vicente (sim, lembro do nome e do rosto dele claramente), dizia que da próxima vez que voltasse eu ganharia uma boneca de ouro e eu, CRIANÇA, acreditava e sempre voltava, mas nunca ganhei a tal boneca, porque será, né?! Rsrsrsrs
Tenho lembranças de quando entrava nos corredores e de como era triste ver pessoas naquela situação que, em alguns casos, era desumano. Lembro dos quartos/celas, de alguns pacientes, do cheiro, etc. E falar em cheiro, o que mais me marcou não era o odor forte de urina e fezes que permeava aquele lugar e sim um cheiro que não sei explicar como é ou com o que parece, só sei que é cheiro de hospital psiquiátrico e, volta e meia, eu ainda sinto quando ando por Recife e todas essas memórias voltam como um turbilhão na minha cabeça.
Disso tudo o que mais me encanta é o fato de mainha e toda a minha família nunca terem me 'poupado' desse tipo de coisa, muito pelo contrário, eles sempre me mostraram tudo que eu poderia lidar na minha vida e deve ser por isso que eu não tenho medo de um doido quando encontro na rua, afinal foram 26 anos convivendo com um.
Meu tio não passou muito tempo nesse hospital, que prefiro não citar o nome, porque além de ser uma clínica para doentes mentais, era uma clínica para dependentes químicos também e eles ficavam juntos, não eram pavilhões separados. Nado começou a fumar depois que ficou internado e, dentro do próprio hospital, sofreu uma agressão de um interno porque negou lhe dar um cigarro. Depois disso minha família o retirou do estabelecimento e decidiu não interná-lo mais.
Nado faleceu em julho do ano passado de morte natural, em casa e nos braços de mainha. Foi triste, mas foi um final bonito para uma pessoa que passou pela vida e, simplesmente, não viveu.

Saudades!

21/08/2012

de amor e de literatura...

Começa hoje o Festival recifense de Literatura "A Letra e a Voz" e, por conta dele eu estava relembrando como me aproximei da literatura. Não tive com ela um amor à primeira vista, muito pelo contrário, nosso primeiro momento foi de repulsão até e, por causa dele, me mantive afastada das letras por muito tempo.
Eu era 8ª série e tinha uma professora de literatura que traumatizava todos os alunos. Ela tinha um método horrível que se resumia em escolher uma obra e fazer um questionário gigante (cerca de 100 questões) sobre a mesma, e questões eram do tipo 'no capítulo 3 a mocinha está numa festa e dança com quem?'. Não precisa ser professor (a) para saber que esse método afasta o aluno da leitura, né? Pois bem, minha experiência traumática foi com nada mais, nada menos, que 'Dom casmurro'. Isso mesmo! Dentre tantas obras literárias meu primeiro contato teve que ser com Machado, mas não qualquer obra, tinha que ser a mais complexa, a mais discutida, a mais literária de todas.
Pois então, lá fui eu ler a vida da moça dos olhos de ressaca. Não passei do 2º capítulo. Fechei o livro e proferi as piores palavras que já saíram da minha boca 'Odeio Machado de Assis! Esse homem é muito ruim e esse livro é um saco!'. Copiei o trabalho de uma colega de sala e nunca mais li nada na minha vida, nem obrigada, nem por vontade própria.
Passaram-se 4 anos sem eu ler nada. Sei que é absurdo, mas é verdade. Até que um dia meu pai começou a fazer a coleção das obras de Machado que saíam pelo Diário de Pernambuco. E um belo dia eu estava em casa, sem nada para fazer e toda a obra machadiana ali na minha frente. Peguei Helena para ler porque a minha paixão por mitologia grega me fez achar que tinha alguma relação com a causadora da guerra entre gregos e troianos. Li Helena todo em um dia e, ao final do livro, eu estava em prantos. Chorava copiosamente, uma porque o livro trata-se de uma história de amor impossível (e eu com amor já viu, né, lágrimas puras), outra porque eu estava emocionada em ver como alguem era capaz de escrever coisas tão lindas como aquelas.
Desse dia em diante eu li a coleção inteira de Machado e o último livro que peguei foi Dom Casmurro. Passei alguns dias olhando para ele sem saber se eu iria lê-lo ou não. Tinha medo de me decepcionar com o livro, de não gostar e achar mal escrito, o que seria impossível, afinal de contas eu gostei de todos e justo o mais famoso, o mais comentado eu não gostar era porque havia algo de errado e, com certeza, era comigo.
Pois bem, li Dom Casmurro e nem preciso dizer a vocês que chorei no final, não é? Chorei feito louca e por vários motivos. De raiva daquela maldita professora que me afastou da literatura; por ter perdido a oportunidade de conhecer a obra mais linda do mundo antes; por não entender como um ser humano é capaz de escrever uma coisa tão maravilhosa como aquela, mas, principalmente, chorei por descobrir que aquilo era o que eu queria fazer pro resto da minha vida. Era de literatura e, especificamente, para ela, que eu queria viver. Desde esse momento eu não consigo conceber um único dia na minha vida que não tenha a presença dela, seja em forma de ficção ou em forma de teoria. É para ela que eu levanto todos os dias, é para ela que eu estudo e é para ela que eu vivo.
Como disse um professor que tive 'Eu sou literatura e não sei ser outra coisa que não seja literatura'!

16/08/2012

15/08/2012

de chico, sempre ele!

"A felicidade geral com que foi recebida essa 'banda tão simples, tão brasileira e tão antiga na sua tradição lírica', que um rapaz de pouco mais de vinte anos botou na rua, alvoroçando novos e velhos, dá bem a ideia de como andávamos precisando de amor".

(Drummond sobre "A Banda" de Chico Buarque)


(Ana Maria Clark Peres - Dossiê França-Brasil)

07/08/2012

de literatura e de amor...

"Na doce calma dos teus braços"

ABRAÇO. O gesto do abraço amoroso parece realizar por um momento, para o sujeito, o sonho de união total com o ser amado.


"Amar o amor"

ANULAÇÃO. Lufada de Linguagem durante a qual o sujeito chega a anular o objeto amado sob o volume do amor em si: por uma perversão propriamente amorosa, é o amor que o sujeito ama, não o objeto.



"O ciúme"

CIÚME. Sentimento que nasce no amor e que é produzido pelo medo de que a pessoa amada prefira um outro.


"Eu te amo"

EU-TE-AMO. A figura não se refere à declaração de amor, à confissão, mas ao repetido proferimento do grito de amor.


"Ternura"

TERNURA. Gozo, mas também avaliação inquietante dos gestos ternos do objeto amado, na medida em que o sujeito compreende que esse privilégio não é para ele.


'Fragmentos de um discurso amoroso' (BARTHES, Roland).

25/07/2012

de infância e de saudade, ou apenas de vovô!

Acordei hoje para recordar. Recordar uma parte da infância que foi mais que feliz.
Vivi até os meus 8 anos no centro de Recife, mais especificamente na Rua de Santa Cecília, num apartamento em cima das Lojas Cassiano. Minha mãe e minha avó vendiam almoço para o pessoal que trabalhava nas lojas dali (numa época que aquilo lá não era cosplay da chinatown.), logo todo mundo daquelas redondezas me conhecia, o que facilitava muito minha infância de criança sozinha, criada em prédio e no meio de adultos.
Como não vivi rodeada de crianças, exceto minhas primas/irmãs gêmeas que, durante esse período moraram em Jiparaná-RO, tive que brincar sozinha por muito tempo e acabava indo para as lojas para poder 'ser criança'. Nossa, são tantas lembranças felizes e algumas, poucas, tristes também.
Lembro de ter um estoque de bonecas enormes porque cada loja que entrava eu escolhia a que queria brincar naquele dia, era sempre algo novo e encantador. E por falar em bonecas, uma das coisas que mais achava mágica era o fato de sempre encontrar sapatos de boneca jogados nas ruas, especialmente na Rua do Nogueira (paralela a Sta. Cecília), acho que deveria ter alguma fábrica por ali que eu desconhecia. Mas recordo de como eu ficava encantada de ir lá e achar os pares de sapatos vermelhos e altos da minha Barbie.
Outra lembrança forte que eu tenho é a de que certo dia eu estava brincando com aquelas pistolas de espoleta, na loja que trabalhava um tia minha, no exato momento que chegou o carregamento das pistolas. O rapaz foi abrir a caixa de pólvoras e a caixa explodiu no rosto dele. Nossa, lembro disso perfeitamente como se fosse hoje. No exato momento da explosão eu pisquei com medo e até hoje, quando estou muito nervosa, eu pisco descontroladamente.
Recordo perfeitamente o dia que aprendi a ler e que minha mãe me deu os parabéns e desceu para me comprar um presente (benefício de morar no centro da cidade, você não pega ônibus, nem trânsito para poder comprar tudo o que você quer e resolver as suas coisas). Fiquei em casa super ansiosa achando que ia ganhar algo que fosse saciar a minha fome de ler, mas aí chega mainha com uma toalha de coelhinho. Meu Deus, lembro que não consegui esconder minha cara de decepção, que aliás não consigo até hoje, e de no outro dia vê-la chegar com um gibi. A toalha eu tinha até um tempo desses e relutei em jogar fora, trazia recordações importantes.
Mas de todas as lembranças a que mais me marcou e que mais somou para eu ser o ser humano que sou hoje, sem sombra de dúvidas, foram os dias que vivi ao lado do meu avô. Ele morreu eu tinha apenas 4 anos, mas lembro, com riqueza de detalhes, os momentos vividos ao lado dele e tudo que ele me ensinou. Vovô era açougueiro e trabalhava no Mercado de São José. Passava o dia todo trabalhando e quando chegava em casa ia logo tomar banho e depois jantar. Na hora do jantar ficávamos eu e minhas primas/irmãs ao redor dele, esperando ele nos dar carne, a melhor que já comi até hoje. Era carne de primeira (porque açougueiro que come carne de segunda não é açougueiro de verdade, dizia ele), mal passada e cheia de vinagre. Gente, minha carne preferia até hoje é assim: sangrando e encharcada de vinagre.
Nas minhas férias de Janeiro e Julho eu acordava no mesmo horário da escola (sempre estudei de manhã) para ir com ele pro mercado. Passava o dia inteiro lá atendendo com ele e alimentando os gatos que viviam por lá. O coitado tinha um prejuízo danado comigo lá porque eu dava carne mesmo aos bixanos, não era pele, nem osso, era carne mesmo. Mas lembro da felicidade no rosto dele nos dias que eu estava lá. Aliás, meu avô foi quem me fez descobrir o amor pelos felinos e, toda vez que nossa gata dava cria, eu morria de chorar pedindo que os gatinhos ficassem lá em casa e ele sempre dizia sim até uma época que teve 14 gatos no apartamento, minha época de maior felicidade.
Foi vovô também que me ensinou a andar e que me deu grande parte do 'mimo' que eu tenho hoje. Quando ele tava já perto de morrer, na fase terminal do câncer, e que não queria tomar banho, nem comer, era eu que ia lá chamá-lo e era a mim que ele, ironicamente, obedecia. Um senhor de 70 e poucos anos obedecendo a uma criança de 4, a vida tem dessas, né?

...

Queria escrever mais lembranças boas da minha infância, mas as lágrimas se apossaram do meu rosto e as lembranças aqui recordadas encheram meu coração de saudade.

Perdoem, queridos poucos leitores, mas hoje eu sou saudade e nada mais.


Cheiro de infância e gosto de amor, recheado de saudades minhas!

23/07/2012

do fig!

De um FIG com nem tanto amor assim, mas que valeu!






















E ano que vem: 'que venha com mais amor'!
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